
Projeto TAMAR
​
O 4º dia amanheceu bem chuvoso, porém estávamos muito ansiosas. Afinal, o dia era muito promissor. Tomamos café e fomos correndo para o ônibus, pois o grupo estava atrasado para conhecer o Projeto TAMAR. A ida levou em média 1h20 e, quando chegamos a Praia do Forte, demos uma parada rápida em frente ao mar. Depois fomos para o projeto, onde nos separaram em dois grupos.
O Projeto TAMAR, criado em 1980, é um projeto brasileiro que surgiu com o intuito de proteger as tartarugas marinhas ameaçadas de extinção. Depois, perceberam que a proposta não deveria ficar restrita às tartarugas já que o melhor caminho para o sucesso seria ajudar no desenvolvimento das comunidades costeiras, pois ajudando uns ajudamos outros.
Além da proteção, o projeto também faz pesquisas sobre doenças e problemas enfrentados pelos animais, mantém programas permanentes de sensibilização e educação ambiental e realiza testes em algumas tartarugas lá encontradas, o que nos deixou apreensivas no começo já que não tínhamos entendido para que fazer testes em animais. Em seguida, entretanto, entendemos que era necessário o teste em uma tartaruga para somente depois ser utilizado em milhares delas.
Os pesquisadores conseguem, por meio de satélites, monitorar o deslocamento das tartarugas marinhas com o objetivo de entender melhor o ciclo de vida e o comportamento delas, principalmente as rotas migratórias. O que mais nos chamou a atenção é que, por meio desses satélites, eles conseguem observar em quais locais as tartarugas enfrentam problemas. Como por exemplo, o das desovas em que a cada mil ovos que eclodem apenas um chega à fase adulta. Isso ocorre por causa do baixo potencial biótico. Ou seja, a baixa capacidade de reprodução, levando-se em conta os fatores externos, causados pelos predadores e problemas antrópicos (como pescadores e luzes não naturais). Dessa forma, eles conseguem ir até os locais e com a ajuda das comunidades litorâneas solucionar os problemas.
O instituto TAMAR é sustentado pela captação de recursos junto à iniciativa privada e agências financiadoras. Também é autossustentável. Essa união pouco governamental e não governamental revela a importância da lojinha e de cobrar dinheiro para a visita, também sendo muito importante a ajuda de voluntários.
Dentro do projeto conhecemos cinco espécies diferentes de tartarugas marinhas sendo elas:
- Tartaruga-de-couro (Dermochelys coriácea ): é considerada a maior espécie de tartaruga, sendo diferente das outras quanto à fisiologia. Pesa, em média, 400kg e mede, no máximo, 1,76m. Ela vive quase sempre em alto mar. Vai ao litoral apenas para desova.
​
​
​
​
​
​
​
​
- Tartaruga-verde (Chelonia mydas): está distribuída por todos os oceanos, com duas populações distintas no Oceano Atlântico e no Oceano Pacífico. O nome tartaruga-verde vem da sua coloração esverdeada dada por sua gordura corporal. Elas têm peso médio de 360kg e altura máxima de 1,43m.
​
​
​
​
​
​
-Tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta): encontrada nos oceanos Atlântico, Pacífico, Índico e no Mediterrâneo. Possui peso médio de 140kg e tamanho máximo 1,36m, a cor de pele varia do amarelo para o castanho. Essa espécie tem potencial reprodutivo baixo. As fêmeas põem, em média, quatro ninhadas de ovos e passam dois ou três anos sem desovar. Além disso, as tartarugas recém-nascidas têm vários predadores e os ovos são especialmente vulneráveis.
​
​
​
​
​
​
​
-Tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricada): é encontrada em mares tropicais e subtropicais, pesando, em média, 86kg e medindo 1,1m. Essa espécie é ameaçada de extinção por ter uma carapaça coberta por placas córneas imbricadas, as quais fornecem um material utilizado na confecção de diferentes utensílios.
​
​
​
​
​
​
​
-Tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea): é uma das menores espécies de tartaruga, tendo tamanho máximo de 0,83m e peso médio de 42kg. Ganhou esse nome por causa da cor oliva do casco, o qual tem o formato parecido com o de um coração.
​
​
​
​
​
​
​
O projeto TAMAR foi com certeza uma das melhores experiências que tivemos na nossa viagem. Fez-nos ver a importância de proteger essas espécies que passam por tantas dificuldades e têm um potencial biótico tão baixo. Aprendemos sobre a responsabilidade do homem para com as outras espécies. Mais ainda: ficamos encantadas com a interação das comunidades envolvidas e o apoio que o projeto dá a creches e escolas. Acreditamos que essa inserção social é muito importante para que o objetivo da preservação seja atingido.
​
​
​
(mapas de localização de desova das tartarugas retirados da internet)
​
​
​
​






